Sons de cigarras, seu canto é um prenúncio para o que está chegando, as cigarras utilizam o canto para anunciar o verão. Seus sons são típicos dos machos para atrair a fêmea na época de acassalamento. Em algumas culturas o canto das cigarras simboliza a saída da alma do corpo. Há algumas versões sobre a função do seu canto, uma delas é de que após emiti-lo, vem a morrer.

Um homem que passa a dar mais atenção às pequenas coisas que estão ao seu redor quando descobre que tem um câncer na boca. Por esse motivo passa a observar todo o mundo ao seu redor sob uma ótica mais árida de quem tem apenas poucos dias de vida.

Mais do que uma busca pelo prazer e pela beleza, o personagem abandona sua casa e sua esposa para se dedicar à observação da sociedade de uma maneira obsessiva, e cada constatação se torna uma pessoa mais áspera e solitária, incapaz de conviver com pessoas que não enxergam as mesmas sutilezas que ele vê.
Como sempre ocorre na obra de Pirandello, é a partir de pequenices aparentemente inocentes que o personagem estrutura as denúncias das contradições da sociedade moderna, sobretudo das convenções sócias que artificializam vidas, comportamentos e os ambientes.

“Não sou um autor de farsas, mas um autor de tragédias. E a vida não é uma farsa, é uma tragédia. O aspecto trágico da vida está precisamente nessa lei a que o homem é forçado a obedecer, a lei que o obriga a ser um. Cada qual pode ser um, nenhum, cem mil, mas a escolha é um imperativo necessário”

Luigi Pirandello.